Na minha família, somos três irmãos, eu sou o mais velho, e desde pequenos sempre fomos muito incentivados a praticar esportes pelos nossos pais, mas o futebol e o vôlei sempre foram mais presentes na minha vida. E claro estes dois também, em nível de competição.
Na infância, o futebol com os
amigos no clube eram “sagrados” aos sábados à tarde, e sempre fui responsável
por organizar os “treinos” e os jogos com outros times de outros clubes, com
direito a estatística e presença de todos aos eventos marcados. Era uma rotina
que eu gostava de fazer, e ao mesmo tempo, era uma forma que eu via que poderia
dar certo sem precisar das famosas escolhinhas de futebol e ao mesmo tempo ter
uma disciplina na execução do esporte.
No início da adolescência, por
volta dos onze anos, o vôlei entrou na minha vida como principal esporte mais
no nível de competição e foram sete anos seguidos de treinos mais intensos.
Eram rotinas de treinos de duas vezes por semana, e que as vésperas de um
campeonato ou rodadas do campeonato estadual ou olimpíadas de escolas
evangélicas, treinávamos três vezes por semana, e aquele momento nunca foi
cansativo ou chato para mim, pois gostava do que estava fazendo e as amizades
que foram feitas naquele período, são vivas até hoje, e as lembranças melhores
ainda. A nossa treinadora, professora Márcia Michael, foi uma guerreira, porque
trabalhar com um galera, em uma faixa etária em que estávamos aprendendo a
descobrir novos limites, criar um disciplina e uma rotina, não foi uma
atividade nada fácil.
Com dezesseis anos que realmente
foi acionada a buzina da largada no mundo da corrida. Nunca na minha vida tinha
pensando em fazer atletismo, quanto mais competir, mas ao mesmo tempo, a
sensação que eu tinha após os treinos eram tão boas, que me fazia continuar
aquilo. Fazia provas de revezamento 4x100m, salto em distância e salto triplo,
e cheguei inclusive a me classificar para as provas da Olimpíada Evangélica da
minha escola, mas acabei ficando por aí. O período escolar acabou e as corridas
que tinham entrado de vez na minha vida, passaram a ser esporádicas com o
inicio da faculdade, mas o futebol e o vôlei permaneceram todo este período
presentes, e, além disso, ainda foi incluída a musculação, até como uma forma
de poder ganhar certa massa, tendo em vista que sempre fui muito magro.
Mas foi em 2009, que tudo
recomeçou. Eu morava em Porto Alegre, e na época, tinha um treinador na
academia na qual eu frequentava, o professor Rodrigo Bernardo, que me viu
correndo numa esteira, e me perguntou se alguma vez eu já havia corrido na rua
ou feito alguma prova, pois haveria uma Maratona de Revezamento, na qual ele
estava buscando pessoas para montar uma equipe para correr esta prova, e cada
um deveria correr aproximadamente 5,25k. No primeiro momento, eu achava
estranho e nenhum pouco motivador, tendo em vista que nunca havia treinado para
uma prova “tão longa” e o tempo para preparação até a data era curto, mas ele
me garantiu que seria suficiente, e que depois eu começasse, nunca mais iria
conseguir parar. Lá se foram dois meses, e chegou o dia da prova. Para mim,
aquele evento todo, a quantidade de pessoas envolvidas, a adrenalina pelo
inicio da prova e a prova propriamente dita, me fizeram a rever meus conceitos,
e literalmente, não consegui mais parar. Resultado na primeira prova? Este está
até hoje na memoria, fiz em 25:37 os 5,25k.
Depois desta prova, como Porto
Alegre é um local onde as provas de ruas ganharam um grande volume, e não
somente em quantidade, mas em numero de pessoas praticantes, eu cheguei a
participar em menos uma prova por mês. É foi aí que eu comecei com 10k, e
depois foram provas de Meia Maratona (21k) até chegar no ano passado quando
realizei a minha primeira Maratona (42k) no Rio de Janeiro.
O engraçado de tudo isso é que
quando você começa a ter uma rotina novamente de treinos, preparação, objetivos
de provas, objetivos de tempos, objetivos de distâncias, cria novas metas para
você, as pessoas que vivem a sua volta, no primeiro momento, dizem ou que você
é louco, por acordar as 06h da manha em um sábado ou domingo para sair para
treinar, mas que num segundo momento, também começam a participar e entram na
mesma ciranda, e veem o quanto aquela atividade pode fazer bem para elas
também. E foi o que acabou acontecendo com a minha esposa, a Sati, que era uma
pessoa que nunca tinha corrido, e passou a ser uma meia maratonista num período
de 2 anos, o que me deixou muito orgulhoso dela.
Posso dizer hoje, que a corrida
acabou se tornando a minha principal atividade física, tanto para o lazer
quanto competição, pois ela na verdade acaba se tornando uma forma de terapia
na qual eu acabo fazendo comigo mesmo durante os treinos e consequentemente
fazendo novas amizades.
Ano passado quando retornei a
Joinville após quase 5 anos, eu tinha colocado uma ideia na minha cabeça que
era procurar um assessoria de corrida que pudesse me ajudar a melhorar a minha
performance nas corridas e me dar um qualidade de vida ainda melhor. Fui
orientado pelo meu colega de trabalho e amigo, Luiz Castilho, para conhecer o
trabalho da Fórmula Atlética e depois decidir. Como estava tão decidido do que
queria, quando fui procura-los, eu já fui para fazer a matricula e
imediatamente iniciar os treinos novamente três semanas após ter corrido a Maratona
do Rio, pois sabia que se acabasse deixando para fazer outro momento, acabaria
sempre achando uma desculpa para não fazer, e poderia até não voltar mais.
O primeiro objetivo agora mais
próximo é a Maratona de Porto Alegre, que será no dia 18 de maio, e que é
conhecida como a prova mais rápida no Brasil hoje. Mas em termos de projetos
futuros, tem uma prova que não me sai da cabeça e que eu preciso e irei fazer
ano que vem no começo do ano, é a Travessia Torres Tramandai (TTT), que é uma
Ultramaratona de 82k pela praia, ligando as duas praias no litoral do Rio
Grande do Sul. Mas estes são os de curto prazo prazo.
Neste período de quase cinco anos
de treinos, eu aprendi muita coisa com as corridas de rua. Primeiro, o respeito
com as pessoas e o meio ambiente que nós vivemos, o cuidado que devemos ter com
o ambiente onde estamos utilizando. Segundo, a controlar a ansiedade, pois eu
via que não adiantava eu querer fazer 10k em 40 minutos, se não tivesse
treinado para isto, ou pelo menos me planejado para atingir esta meta.
Terceiro, se você pretende chegar a algum lugar ou atingir uma meta pessoal,
isso somente depende de VOCÊ, e para isso, precisa ter foco e disciplina na preparação
para a sua realização. Vivemos de ações.
E para finalizar : "A força não provém da capacidade física, e sim de uma vontade indomável.” - Mahatma Gandhi
muito show... você é um exemplo a ser seguido Alessandro!
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